O Neurofeedback não
é usado exclusivamente por pessoas "com problemas", como TDAH,
hiperatividade ou outros transtornos psiquiátricos. Já se sabe, há muitos anos,
que o grande diferencial entre atletas e executivos de alta performance é o
domínio sobre os estados mentais. O que está dentro de nossas cabeças é o
último dos desafios.
O que poucas
pessoas sabem é que os jogadores de futebol campeões da Copa do Mundo de 2006
fizeram treinamento com Neurofeedback, antes da Copa. Em 29 de Julho de 2006, o
repórter Russell Adams escreveu um artigo para um dos mais influentes jornais
do mundo, o Wall Street Journal, intitulado "Getting your head in the
game" ou "Jogando coma cabeça".
No Neurofeedback, a
pessoa é conectada a eletrodos colocados sobre o crânio, que medem as ondas
cerebrais. Então, ela tenta aprender como controlar as flutuações destas ondas,
que podem indicar um momento de distração ou preocupações e pensamentos
obsessivos.
Em janeiro de 2006,
meses antes da Copa, um grupo dos melhores jogadores italianos do A.C. Milan -
vários dos quais seriam escalados para Seleção Italiana, começaram um
treinamento "secreto" no Laboratório de Ciência Esportica do
A.C.Milan, dirigido por Bruno de Michelis. A tela dos computadores mostrava que
alguns dos jogadores ficavam nervosos ao fazer exercícios mentalmente exigentes
na frente de seus colegas de time, enquanto outros tinham maior dificuldade
após uma sequência de tentativas fracassadas; outros ainda perdiam a
concentração após uma sequência de sucessos.
Uma das maiores preocupações
de Bruno de Michelis é a queda de desempenho em momentos críticos, como
cobrança de penaltis. Uma grande quantidade de energia e motivação, além da
concentração, são perdidas nestas situações. Um treinamento que ajudasse a
manter a tranquilidade - e, ao mesmo tempo, níveis elevados de concentração e
ativação - traria uma tremenda vantagem competitiva. Disse De Michelis:
"Eu chamo isto de sofrimento inútil. Não podemos fazer mágica, mas há como
ajudar" - com o Neurofeedback.
A habilidade para
evitar distrações durante uma competição - o que também é descrito como um
"estado de quietude mental" é um dos maiores desejos dos esportistas
- e também de diversos outros profissionais em situações de pressão ou stress
intenso. O Neurofeedback pode não ser o único caminho - mas é um dos mais
promissores.